Há dias em que me encontro no silêncio da minha própria companhia, mergulhando em pensamentos que parecem labirintos sem saída.
Percebo, então, que não estou sozinho nessa busca por significado — que há outros como eu, carregando perguntas sem respostas, dores sem nome, saudades de algo que nem sabem definir.
Às vezes, olho no espelho e vejo um estranho. Alguém que ri quando deveria chorar, que se apega a memórias como se elas fossem capazes de preencher o vazio. Outras vezes, sinto um peso no peito, como se todas as palavras não ditas, todos os “eu te amo” engasgados, todos os medos disfarçados de coragem, estivessem ali, compactados, esperando um desabafo que nunca vem.
E no meio disso tudo, a vida segue. O mundo não para porque estamos confusos. As pessoas ao nosso redor sorriem, trabalham, amam, brigam — e nós, aqui dentro, tentando decifrar o que significa ser humano. Será que todos sentem essa desconexão? Essa sensação de que, por mais que estejamos cercados, ainda há uma solidão que ninguém consegue tocar?
Talvez a verdade seja que ninguém realmente sabe o que está fazendo. Todos nós estamos improvisando, tentando encontrar beleza no caos, significado na dor, luz na escuridão. E talvez, só talvez, não haja nada de errado em se perder às vezes. Porque é nos fragmentos — nos pedaços quebrados de nós mesmos — que encontramos o que realmente importa.
No fim, somos todos viajantes da mesma estrada, cada um carregando sua própria bagagem invisível. E se hoje você se sente pequeno diante do universo, lembre-se: até as estrelas mais brilhantes já foram, um dia, apenas poeira esperando para se tornar luz.