Entre o Silêncio e a Solidão

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Silêncio e solidão — duas palavras que muitas vezes caminham lado a lado, mas que não significam o mesmo. O silêncio pode ser uma escolha. A solidão, muitas vezes, não.

O silêncio é aquela pausa entre um pensamento e outro, aquele espaço onde a alma respira. Pode ser o abraço invisível do fim do dia, o aconchego de estar consigo mesmo. Há silêncios que curam, que acolhem, que organizam o caos de dentro. Mas também há silêncios que gritam. Silêncios que não foram escolhidos, que se impuseram como um peso no ar.

A solidão, por sua vez, é ausência. Ausência de companhia, de escuta, de presença. É aquele vazio que não se preenche nem com palavras, nem com o barulho do mundo. Pode até acontecer rodeada de gente, em meio a risos, em meio a vozes. Porque solidão é sentir-se invisível, mesmo sendo visto.

A grande diferença é que o silêncio pode ser um refúgio, enquanto a solidão é um eco que não encontra resposta. Mas quando o silêncio deixa de ser confortável e começa a sufocar, talvez ele tenha cruzado a linha tênue e se tornado solidão.

E é aí que o silêncio se torna pior que estar sozinho — porque ele engana. Faz parecer que está tudo bem, quando por dentro, algo clama por ruído, por toque, por alguém.

No fim, o silêncio só é leve quando é compartilhado. Quando não é um vazio, mas uma presença muda. Quando não fere, mas acolhe. Quando não isola, mas une.

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