Saudade

Saudade é um sentimento que escapa a qualquer tentativa exata de definição. É ausência que aperta, presença que ficou na memória, é amor que ainda vive mesmo sem corpo, sem toque, sem voz. É como uma brisa que vem de dentro, que sopra leve num momento e, de repente, vira vendaval no peito. É quando o coração sente falta do que teve, do que poderia ter tido ou até mesmo do que só sonhou.

A saudade mora nos detalhes: na música que toca e te leva de volta, no cheiro que surge do nada e te transporta para um abraço antigo, numa frase solta que revive uma conversa que já foi. É uma dor bonita, se é que isso faz sentido. Porque ela dói, mas também mostra que algo valeu a pena, que alguém marcou, que um instante foi eterno dentro de ti.

Há saudades que nos visitam todos os dias, com delicadeza ou com força. Saudade de quem partiu, de um amor que se perdeu no tempo, de uma época em que éramos diferentes, talvez mais leves, talvez mais felizes. Mas a saudade também é um lembrete de que somos feitos de encontros, de afetos, de histórias que deixaram raízes na alma.

E mesmo quando ela pesa, a saudade também ensina. Ensina que sentir é humano, que lembrar é resistir ao esquecimento, que amar — mesmo à distância ou no silêncio — é algo que nos torna profundamente vivos.

No fim, a saudade é prova de que algo dentro de nós foi real. E isso, por mais que doa, é lindo demais.

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